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cumio galinheiroCrónica de Adela Figueroa Panisse. O domingo 17 de junho, os de ADEGA- Lugo fomos passear polos cumes da Serra do Galinheiro. No sul da Galiza atual, esta serra forma uma grande Atalaia sobre a costa atlântica. Aos seus pés localiza-se a maior densidade de povoação da Galiza,( Vigo, Gondomar, Baiona,) e as praias que se abrem à imensidade do mar que nos levou até as Américas e onde se deu a primeira nova dos “descobrimentos” de Cristovão Colom.Nesta montanha encontram-se imensas riquezas deixadas lá como pegadas dos primeiros habitantes da Galiza para os seus herdeiros/as que somos quem agora cá moramos. Estas riquezas vão desde os campos de mamoas, dos petróglifos de Água da Laxe, até as inúmeras lendas que se associam com estas magníficas montanhas.

grupo galinheiro Não são estas as únicas riquezas que encerra a Serra. As suas particularidades geológicas, geomorfológicas, petrológicas e mineralógicas, fazem dela um lugar de especial importância. A sua estrutura dá-nos os dados imprescindíveis para compreender a história da Geologia da Galiza por estarmos no chamado por Parga Pondal Complexo Antigo do que estas serras fazem parte.
As rochas que a formam som majoritariamente granitos nas partes mais baixas e ortogneises, no cume. Estes últimos, rochas metamórficas, com orientação som os que dão esta particular forma de cresta de Galo ao perfil da massa montanhosa. Som rochas que contêm um mineral, a Riebckita, que lhes dá uma característica peculiar e única no conjunto das rochas da Galiza e escasso a nível mundial .Ajuda a definir esta rocha como Gneis Galinheiro.
andando galinheiroPara alem destes valores, a serra acocha uma grande variedade de seres vivos que lhe dão uma especial importância como albergue de alta biodiversidade.
Mas esta riqueza, do nosso Patrimônio Natural Galego, está em perigo. Pode ser ocupada por um parque eólico. No mês de dezembro de 2010 a Xunta de Galiza outorgou á Empresa Terra do Vento o direito de exploração de 39 MW na demarcação da “Área de Desarrollo Eólico” do sul da Província de Pontevedra.
Este projeto tem encontrado forte oposição entre a vizinhança, apoiada por varias Associações Ecologistas e vizinhais que conformaram a Plataforma de Defensa do Galinheiro.
Em Galiza temos experiência sobrada com Parques eólicos. Não só destroem a paisagem,todavia cortam os caminhos das aves e matam-nas em grande número, elevam a temperatura localmente no seu campo, cortam as vias de água e produzem graves alterações nos ciclos hidrológicos da zona, levantam a terra com as zapatas e as pistas necessárias para a sua construção, produzem um ruído permanente que provoca uma forte contaminação acústica. Ainda os cabos elétricos necessários para a evacuação vão incrementar o seu impacto ambiental, social e paisagístico pólas grandes alterações produzidas no seu tracejado.
Galiza produze mais energia da que consome e , sempre, a custo do seu patrimônio natural e cultural. Somos nós quem pagamos os custos do transporte ás diferentes zonas de mais procura de energia de Espanha. É já hora de reclamarmos os nossos direitos que em justiça nos pertencem.
Porque cuidar das Montanhas e cuidar do nosso futuro. Porque a paisagem é o legado mais importante que a natureza nos deixou. Porque a Serra do Galinheiro deveria estar incluída nas ampliaçom prevista para a Rede Natura e não foi. Porque a nossa primeira obriga e guardar, para a nossa descendência, o Patrimônio que , como geração, nos foi confiado, desde ADEGA Lugo queixemos rematar os nossos roteiros deste ano na Serra do Galinheiro para simbolizar com isso a importância que tem esse enclave para nós.
Temos que agradecer, desde já, os guias que nos conduziram através da montanha, da Plataforma póla defensa do Galinheiro. Num dia em que a climatologia não ajudou, souberam tirar o máximo partido da nossa andaina. Levaram-nos até os cumes a 700 metrso sobre o nível do mar, abrigara-nos na Cova da Bicha que guarda uma das lendas mais interessantes que o maciço acocha ( Lá vivia uma grande serpe que bebia leite de cabra e mesmo podia comer gente. A cobra saia sempre que havia uma morte para alimentar-se dos restos do defunto. Para evitar que a becha fizesse mal ás pessoas, existe o costume de lhe levar leite ao pé da cova. Por isso é fácil encontrar restos de cerâmica das cuncas em que se fazia as oferendas).Vimos os petróglifos e os campos de mámoas entre as águas que caiam do céu sem qualquer piedade para nos , mas que estavam a fornecer os aqüíferos tão preciosos que a montanha vai proteger para dar água as povoações assentadas aos seus pés.
Unimo-nos aos integrantes da Plataforma( da que ADEGA faz parte) na sua luta por preservar este Monumento Natural que representam os montes da Serra do Galinheiro. Desde aqui quero expressar a minha solidariedade com eles e dar-lhes as grazas póla sua dedicação, póla sua atenção e o seu bom fazer conosco este domingo, em que ADEGA-Lugo celebrou o seu derradeiro roteiro desta temporada.

Adela Figueroa Panisse

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